Data de nascimento/óbito: 21 de novembro de 1879 - 13 de julho de 1974
Local de nascimento/óbito: Lisboa - Lisboa
Biografia: Nascido em 1879 e falecido em 1974, Raul Lino foi uma personalidade única no que se refere ao panorama das artes em Portugal, muito devido ao facto de ter conseguido articular a tradição portuguesa com as inovadores correntes europeias do início do séc. XX. Com 70 anos de atividade profissional, é autor de mais de 700 obras, de entre as quais se destacam o Pavilhão Português na Exposição Universal de Paris em 1900, a Casa dos Patudos, para José Relvas (1904), a Casa do Cipreste, em Sintra (1912), o cinema Tivoli (1925) e o Pavilhão do Brasil na Exposição do Mundo Português (1940). Foi ainda autor de numerosos textos teóricos sobre o problemática da arquitetura doméstica popular, como A Casa Portuguesa (1929), Casas Portuguesas (1933) e L’Évolution de l’Architecture Domestique au Portugal (1937), obras determinantes para outros artistas que influenciou.
Raul Lino fez os seus estudos na Grã-Bretanha e Irlanda, para onde viajou com 10 anos de idade, e depois de 1893 na Alemanha, onde trabalhou no atelier de Albrecht Haupt, com quem manteve uma amizade duradoura. O encontro e a amizade que manteve com o arquiteto alemão foi um dos pontos marcantes da sua formação estética, arquitetónica e conceção do cultural. Haupt era apaixonado pela arquitetura do renascimento e levou a cabo várias viagens de estudo a Itália, Espanha e Portugal, procurando o contacto direto com as obras, por mais recônditas que estivessem, desenhando-as e documentando-as abundantemente.
Raul Lino regressou a Portugal em 1897, onde continuou os seus estudos. Desempenhou cargos no Ministério das Obras Públicas e foi Superintendente dos Palácios Nacionais. Foi membro fundador da Academia Nacional de Belas Artes, sendo seu presidente no momento da sua morte. No setor da imprensa, foi colaborador artístico em diversas publicações periódicas, nomeadamente nas revistas: Atlantida (1915-1920), Homens Livres (1923), Ilustração (1926-) e na Revista Municipal de Lisboa (1939-1973).
Ao longo dos seus 70 anos de artista e arquiteto, defendeu a tradição na conceção das formas, afirmando que a arte e a arquitetura são também elas um produto do homem e para os homens, com história, genealogia, características e funcionalidades próprias do espaço e do tempo em que se inserem e da comunidade para que são produzidas. É, assim, um defensor da tradição versus modernismo ou um modernista da tradição. A 4 de Março de 1941 foi feito Comendador da Ordem Militar de Cristo.