Descrição: Grupo escultórico desenhado pelo escultor Anatole Calmels e esculpido pelo entalhador Leandro Braga em madeira de cedro, com execução volumétrica parcial, formando dossel para pintura e representando duas figuras flanqueando um retrato régio.
Ambas as figuras são masculinas, adultas, estão nuas, de frente, a 3/4 para o centro da composição, em pé, vistas de corpo inteiro, olhando a 3/4 para baixo. A expressão de ambos é serena, têm os cabelos curtos, ondulados, apartados ao meio e com uma chama dourada acima da testa, têm grandes asas saindo da zona dorsal (génios alados da Realeza e da Justiça), têm panejamentos diáfanos passando pelos ombros esquerdos, dando a volta pelas costas e vindo cobrir as partes pudendas.
Ambos parecem voar em simetria lateral, carregam ceptros dourados nas mãos opostas e, com as mãos próximas, seguram a parte superior do dossel, em forma de drap d'honneur simulando manto de arminho que se estende, caindo em pregas, pela metade inferior da composição escultórica.
Acima deste dossel estava, originalmente, uma coroa [número de inventário MAR 102]. Esta foi substituída em 1910 por uma Esfera Armilar em metal [entretanto desaparecida] e em 1934 por uma Esfera Armilar em madeira de carvalho, com o escudo de armas nacionais, envolta numa coroa feita com ramo de carvalho à esquerda e ramo de louros à direita [número de inventário MAR 5278]. No centro do dossel está o retrato régio de D. Luís I [descrição pormenorizada na ficha relativa a esta peça, com o número de inventário MAR 14].
Origem/Historial: Este dossel foi efectuado para emoldurar o retrato de D. Luís, monarca reinante na época.
Acima do dossel estava, originalmente, uma coroa régia igualmente esculpida em madeira de cedro. Aquando da República o símbolo da monarquia foi apeado e substituído pelos símbolos da República que ainda hoje se mantêm. A coroa encontra-se nas reservas do Museu da Assembleia da República e tem o número de inventário MAR 102. Na mesma época foi também apeado o retrato régio e substituído pela Alegoria à Pátria, pintada por Carlos Reis (MAR 1631). Recentemente procedeu-se à recolocação do retrato de D. Luís, mas optou-se pela manutenção das insígnias republicanas portuguesas.
Incorporação: Encomenda ao autor
Bibliografia
FRANÇA, José-Augusto - O Palácio de S. Bento. Lisboa: Assembleia da República, 2000