Descrição: Pintura a óleo sobre tela recortada em forma de escudo heráldico (recto nos lados, com colgaduras circulares no topo e em chaveta na base), disposta na vertical.
Composição com o brasão da cidade do Porto em escudo francês esquartelado (4 cantos) com bordadura amarela, cantos simétricos desencontrados, sendo os cantos superior esquerdo e inferior direito com as Armas de Portugal (orla vermelha de 7 castelos a ouro e escudo francês de campo liso e branco com as quinas azuis) e os cantos inferior esquerdo e superior direito com a imagem da Virgem ao centro com o Menino Jesus ao colo, ladeada de duas torres ameiadas, tendo escudo português de vermelho com coração vermelho em coração (ao centro).
Não assinado e não datado.
Emolduramento arquitectónico esculpido em forma de coração, com conchados de lado, folhagem de acanto em baixo, volutas sobre os cantos superiores, flor-de-lis no topo e encimado por coroa em jeito de timbre heráldico.
Legenda na base: «PORTO».
A peça é parte integrante de um friso de 25 brasões de cidades de Portugal Continental, Ilhas e Colónias.
Origem/Historial: Este brasão integra-se no conjunto de 25 escudos de armas pintados por Benvindo Ceia em torno da grande luneta semicircular do Hemiciclo, onde Veloso Salgado recriou a sessão das Primeiras Cortes Gerais e Constituintes da Nação Portuguesa, realizadas em 1821 na Biblioteca do Palácio das Necessidades, em Lisboa. O conjunto pictórico, embora de autorias diferentes mas pintado no mesmo ano de 1921 - por altura das comemorações do primeiro centenário das Cortes que elaboraram a Constituição de 1822 - afirma-se como um todo coerente em termos de articulação estrutural e simbólica, sendo que a tela central funciona como narrativa do acontecimento e os brasões em redor complementam o discurso fornecendo a representação dos distritos e das antigas províncias ultramarinas, evocativos das circunscrições por onde os deputados das Cortes eram eleitos.