Descrição: Escrivaninha de prata lisa composta por bandeja oval com rebordo e três recipientes cilíndricos: porta-penas com cinco orifícios na tampa, que é amovível e encaixa no recipiente através de dois ganchos, areeiro com treze orifícios na tampa e tinteiro com depósito amovível de vidro. Sem punções.
Produzida por oficina portuguesa, apresenta as características da ourivesaria nacional da época, destacando-se a extrema simplicidade das formas em que o único elemento decorativo em todas as peças é constituído pelas armas, gravadas, do Tribunal do Santo Ofício: Cruz sobre penhasco representando o Monte Calvário e encimada pela inscrição INRI em tabela, envolta por dupla cercadura oval com a divisa "IN HOC SIGNO VINCES" ("Com este sinal vencerás"). Divisa que evoca a visão mística que o imperador romano Constantino teve em 312, antes da batalha contra o seu rival Maxêncio sobre a Ponte Mílvia, 15 km a norte de Roma, da qual saiu vitorioso, e que esteve na origem da promulgação do Édito de Milão em 313 concedendo liberdade religiosa aos cristãos.
Origem/Historial: Há 5 tinteiros idênticos (MAR 1746; 1748; 1756; 1757 e 1758) requisitados ao Ministério do Reino por ocasião da instalação das duas Câmaras Parlamentares no Palácio das Cortes, o extinto Mosteiro de S. Bento da Saúde (cf Joaquim Leitão, Livros de S. Bento, Lisboa, Imprensa Nacional, 1936- pp.25 e 121/122).
Incorporação: Fundo antigo
Bibliografia
Parra da Silva, Teresa - Peça do Mês, Janeiro 2014