Ficha de Autor

Domingos Maria Xavier Rebelo

  • Actividade: Pintura, Docência
  • Data de nascimento/óbito: 3 de dezembro de 1891 - 11 de janeiro de 1975
  • Local de nascimento/óbito: Ponta Delgada - Lisboa
  • Biografia: Domingos Rebelo nasceu em Ponta Delgada a 3 de dezembro de 1891, filho de José Eduardo Rebelo, guarda fiscal, e de Georgina Augusta Pereira Rebelo. De posses modestas e quatro filhos, a família Rebelo atribuía grande importância à vida familiar e à atividade religiosa, aspetos que seriam marcantes tanto na vida como na obra do pintor. A família Rebelo valorizava a educação dos filhos, e Domingos Rebelo teve a oportunidade de fazer um percurso então acessível a poucos: depois de aprender as primeiras letras frequentou o Instituto Fischer, onde recebeu uma educação com uma forte componente católica, o que veio a reforçar as suas crenças religiosas familiares. Tendo desde muito cedo revelado propensão para o desenho e para a pintura, ingressou na Escola de Artes e Ofícios Velho Cabral, a antecessora institucional da atual Escola Secundária Domingos Rebelo, onde estudou desenho. O pintor Artur Jaime Viçoso May, diretor da Escola, reconheceu o talento artístico do aluno e incentivou a produção das suas primeiras obras. Foi graças a esse apoio que, com apenas 13 anos de idade, pela primeira vez expôs uma das suas obras, colocando um quadro seu na montra da Loja de Duarte Pereira Cardoso, no centro de Ponta Delgada. A obra exposta e o apoio de Viçoso May levaram o talento de Domingos Rebelo aos condes de Albuquerque, os quais, impressionados com a qualidade da sua arte, se ofereceram para financiar os estudos artísticos. Com o apoio de Duarte de Andrade Albuquerque de Bettencourt, o 1.º conde de Albuquerque, e de Viçoso May, foram criadas condições para que pudesse prosseguir os seus estudos em Paris. Tinha 15 anos de idade quando deixou Ponta Delgada a caminho da grande metrópole europeia. Permanece em Paris seis anos, onde frequentou a Academia Julian, como discípulo de Jean-Paul Laurens, e o curso livre da Académie de la Grande Chaumière, onde contactou com mestres como Léon Bonnat. Conviveu ainda com grandes nomes da pintura portuguesa que iam passando por Paris, como Amadeu de Sousa Cardoso, Santa Rita Pintor, Emmerico Nunes, Dórdio Gomes, Eduardo Viana, Manuel Bentes e Pedro Cruz. Foi nesse meio artístico, em que se fazia sentir a originalidade dos modernistas Paul Cézanne, Henri Matisse e Amedeo Modigliani, que Domingos Rebelo aperfeiçoou a sua formação técnica e ganhou a mundividência que demonstrou na sua obra. Em 1911 participou na Exposição dos Livres no Salão Bobone, em Lisboa, ao lado de Eduardo Viana, Emmerico Nunes, Alberto Cardoso (1881-1942), Francisco Smith, Manuel Bentes e Francisco Álvares Cabral (1887-1947). Casou com Maria do Carmo Berquó de Aguiar, natural de Ponta Delgada, que faleceu muito cedo, sem deixar descendentes. Voltou a casar, em 1921, com Maria Josefina de Oliveira Correia, natural de Viseu, que seria a sua companheira inseparável e de quem teve cinco filhos, um dos quais foi o arquiteto João Correia Rebelo. Em 1913, regressou à ilha de São Miguel onde permaneceu trinta anos, deslocando-se de vez em quando a Lisboa e participando com regularidade nas exposições anuais da Sociedade Nacional de Belas-Artes, de que era sócio e de que seria mais tarde dirigente.