Ficha de Conjunto

Figuras da História de Portugal

  • Nº de Conjunto: 71
  • Museu: Museu da Assembleia da República
  • Descrição: Conjunto de 6 painéis pintados a óleo sobre tela por Columbano Bordalo Pinheiro, entre 1921 e 1925, dispostos nas paredes do corpo central do vestíbulo dos Passos Perdidos. Estão organizados em 2 trípticos afrontados (um em cada parede), com 22 figuras de estadistas portugueses de várias épocas, sendo que o primeiro corresponde à parede da Presidência da Sala das Sessões da Câmara dos Deputados e o segundo à parede do patamar cimeiro do lado desta Câmara na Escadaria de Honra. Aquele contém os retratos das personalidades anteriores ao Liberalismo e este os daqueles que se lhe seguiram. Os seis painéis de Columbano Bordalo Pinheiro formam uma composição histórica com um discurso que se desenvolve cronologicamente, desde a tela onde estão representadas as personagens medievais até àquela onde surgem as figuras contemporâneas. A sua disposição é agrupada e a sua apresentação faz-se no sentido da leitura ocidental (da esquerda para a direita). O facto de não haver uma recriação de diferentes planos de fundo que integrem as personagens nas suas épocas próprias e que constituam referências espacio-temporais características, e de todos os painéis terem o mesmo céu enevoado, estruturas arquitectónicas simples (muros ou degraus), igual cromatismo (predominância dos ocres amarelos, vermelhos e sépias, com valores tonais) e a mesma luminosidade (dourada, da direita para a esquerda e sem projecção de sombras) confere valores cenográficos ao conjunto, acentuando a apresentação planificada dos tempos históricos representados. Distinguem-nos apenas os trajos típicos de cada época e a qualidade do retrato que individualiza os seus actores em descanso, imortalizados em atitudes fora de cena (nas primeiras um retrato imaginário, nas últimas um retrato documental). Comprometidas ainda com o Romantismo na carga dramática da representação e tocando já o Naturalismo ao nível da plasticidade das formas, da diluição dos seus contornos nos fundos e da liberdade da mancha cromática, estas seis pinturas não só marcam a presença mais significativa de Columbano no Palácio de São Bento, como também assumem importância de relevo na Obra do artista.